diretrizes pantanal cavalgada

 

Introdução

A indústria do turismo é, na atualidade, a atividade que apresenta os mais elevados índices de crescimento no contexto econômico mundial. Movimenta cerca de US$ 3,5 trilhões anualmente e, apenas na última década, expandiu suas atividades em 57%.

No Brasil, o ecoturismo é discutido desde 1985. No âmbito governamental, a primeira iniciativa de ordenar a atividade ocorreu em 1987 com a criação da Comissão Técnica Nacional, constituída por técnicos do Ibama e do Instituto Brasileiro de Turismo - Embratur, para monitorar o Projeto de Turismo Ecológico, em resposta às práticas existentes à época, pouco organizadas e sustentáveis.

No entanto, nem os esforços governamentais, nem os privados foram suficientes para ultrapassar as barreiras, até hoje existentes, entre a teoria - principalmente em relação aos modelos nacionais - e a prática do ecoturismo.

Pontificam-se entre essas barreiras a ausência de consenso sobre a conceituação do segmento, a falta de critérios, regulamentações e incentivos que orientem empresários, investidores e o próprio Governo, no estímulo e na exploração do potencial das belezas naturais e valores culturais disponíveis, ao mesmo tempo em que promova a sua conservação.

Em conseqüência, o ecoturismo praticado no Brasil é uma atividade ainda desordenada, impulsionada, quase que exclusivamente, pela oportunidade mercadológica, deixando, a rigor, de gerar os benefícios sócio-econômicos e ambientais esperados e comprometendo, não raro, o conceito e a imagem do produto ecoturístico brasileiro nos mercados interno e externo.

Essas razões, em especial, motivaram o Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo e o Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal a instituir, pela Portaria Interministerial n§ 001, de 20 de abril de 1994, Grupo de Trabalho, integrado por representantes desses Ministérios, do Ibama e Embratur para desenvolver e propor uma Política e um Programa Nacional de Ecoturismo.

O Grupo de Trabalho, seguindo orientação emanada dos respectivos Ministérios, promoveu durante seus trabalhos, ampla discussão acerca do ecoturismo, com os mais diversos segmentos interessados das áreas governamental e privada.

Para tanto, adotou a seguinte Metodologia de Trabalho:

  1. Pesquisa e análise de documentos, informações e sugestões oriundas do setor turístico e ambiental;
  2. Realização de reunião de trabalho com a presença de representantes do SEBRAE, SUDAM, UNESCO, Associação Brasileira de Ecoturismo - EcoBrasil, SENAC, BNB e BASA;
  3. Realização de oficina de planejamento em Goiás Velho, GO, obedecendo ao Método Zopp, que contou com a participação de representantes do MICT, MMA, Embratur, Ibama, MEC, organizações não governamentais, empresários e consultores.

Durante cinco dias, o grupo centrou suas discussões na conceituação de ecoturismo, na análise da situação atual e na identificação das ações necessárias para o desenvolvimento ordenado do ecoturismo no Brasil.

Como resultado, o documento pretende nortear o desenvolvimento regional do ecoturismo e servir como base para a implantação de uma Política Nacional que assegure:

  • à comunidade: melhores condições de vida e reais benefícios;
  • ao meio ambiente: uma poderosa ferramenta que valorize os recursos naturais;
  • à nação: uma fonte de riqueza, divisas e geração de empregos;
  • ao mundo: a oportunidade de conhecer e utilizar o patrimônio natural dos ecossistemas onde convergem a economia e a ecologia, para o conhecimento e uso das gerações futuras.

 

Diretrizes da Política Nacional de Ecoturismo

Oficina de Planejamento