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Impactos Ambientais de Navios de Cruzeiros


Dióxido de Carbono

cruise ship waste princess cruisesO jornal Telegraph of London publicou um artigo intitulado “Flying Three Times Greener than Cruising” (“Voando três vezes mais limpo do que navegando"), que revela que um navio de cruzeiros emite três vezes mais dióxido de carbono que um avião a jato.

O artigo cita pesquisa que revela que um navio da companhia Carnival, considerando base per capita, a pegada ecológica de que um passageiro de navio é 36 vezes maior que um passageiro de um jato 747.

A Carnival Cruise Lines revela que seus navios lançam em média 712 kg de dióxido de carbono na atmosfera por km (2.300 libras por milha náutica). 

O artigo considera um típico cruzeiros de 6 dias no Caribe (roud-trip Fort Lauderdale-Key West-Grand Cayman-Jamaica), que percorre cerca de 3.100 Km (1.670 milhas), emite cerca de 1.750 toneladas (3,85 milhões de libras) de dióxido de carbono.

Se considerarmos que o plantio de 3,5 árvores compensa 1 tonelada de CO2, será necessário plantar 500 árvores para compensar. Será que os navios em cruzeiro no Brasil estão compensando suas emissões de CO2? Plantar árvores poderia ser uma boa forma de compensar ambientalmente suas operações no país.


Águas Servidas

infographic wastewater cruiseshipAs águas servidas são as águas provenientes da totalidade do esgoto doméstico, comercial ou industrial, derivadas dos vasos sanitários, chuveiros, lavatórios de banheiro, banheiras, tanques, máquinas de lavar roupas, pias de cozinha e lavagem de automóveis.

Para fins de separação e reuso, as águas servidas compõem-se das águas negras (vasos sanitários e pias de cozinha) e águas cinzas (chuveiros, lavatórios de banheiro, banheiras, tanques, máquinas de lavar roupas e lavagem de automóveis).

Os impactos que navios causam aos oceanos ocorre em consequência de resíduos que eles lançam nas águas que navegam.

Segundo informa um relatório do website CharterWave.com, um típico navio de cruzeiros, de capacidade de 3.000 pessoas (2.000 passageiros + tripulação), produz milhões de litros de efluentes provenientes de chuveiros, pias, restaurante, lavanderia e de água contaminada por óleo por semana.

Lógico que esta poluição pode estar sendo atenuada caso, como alegam as companhias de navegação, estes efluentes estejam sendo convenientemente tratados.

Segundo a ong Friends of the Earth, as águas servidas são provenientes de banheiros, chuveiros, piscinas, bares, restaurantes, spas, salões de beleza, etc. Além de águas contaminadas com óleos lubrificantes provenientes de equipamentos e maquinaria.


Produção Semanal de Poluentes de Navios de Cruzeiros

cruzeiros Splendor of Seas pollution cruise law newsUm navio de grande porte numa semana produz:

  • 600 litros de lixo tóxico
  • 114 mil litros de águas de sentina
  • 950 mil litros de esgoto humano
  • 5.500 m³ de águas cinza (provenientes de chuveiros, pias, banheiras, lavanderia, etc.), equivalentes a aproximadamente 2 piscinas olímpicas por semana.

Pesquisa realizada no Alasca com 29 navios, com lançamentos que variavam de mil (4,5 m³) a 74 mil galões (335 m³) de esgoto por navio por dia, pela agência Norte-Americana de Proteção Ambiental (US Environment Protection Agency) resultando numa media de 21 mil galões (95 m³) de águas servidas por dia por navio.

Acima foto do navio de cruzeiros Splendour of the Seas, da Royal Caribbean, lançando poluentes no mar.

Multas

Como pode ser observado no website Cruise Junkie, que monitora danos, desastres e irregularidades decorrentes de navios, vultosas multas são frequentemente aplicadas às linhas de cruzeiros:

  • Cunard Line
    multa US$ 23,5 milhões após o Royal Viking Sun ter destruído corais no Golfo de Aqaba.
  • Royal Caribbean Cruises (1988 - 2000)
    Multada 4 vezes em mais de US$ 30 milhões, por ter jogado ao mar águas poluídas e tóxicas e, em seguida, ter falsificado relatórios.
  • Princess Cruises (janeiro 2007)
    Multa de US$ 750 mil por ter atropelado e matado uma baleia no Alasca em 2001.
  • Sea Diamond, Louis Cruises (2007)
    Após naufrágio do Sea Diamond, a companhia Louis Cruises foi multada em US$ 1,17 milhões por poluição no mar 2007 com 450 tons de combustível e óleo.
  • Ecstasy, Fantasy, Imagination, Paradise, Sensation, Tropicale, Carnival Corporation
    Diversas multas entre 1996 e 2001 totalizando mais de US$ 18 milhões por lançamento de óleo e falsificado relatórios.
  • Sovereign of the Seas, Monarch of the Seas, Song of America, Nordic Prince, Nordic Empress, Royal Caribbean Cruises
    Multa de US$ 8 milhões por lançamento de óleo e falsificação de relatórios.

cruzeiro Sperm Whale killed ferrie Canary Islands

 

Um cachalote é morto após uma colisão com uma balsa rápida de viajar entre as ilhas de Gran Canaria e Tenerife.

Mais colisões entre baleias e ferries ocorrem nas Ilhas Canárias do que em qualquer outro lugar do mundo devido a uma combinação de crescimento do turismo e de elevada densidade de espécies de cetáceos.

© M. Carillo, 2011
    www.canarianconservation.org

 

 

Fontes
www.charterwave.com, artigo publicado em fevereiro 2008.
www.charterwave.com/yachts-vs-cruise-ships/environmental-impact.html
www.cruisejunkie.com

 

 

Análise de Impactos de Cruzeiros Marítimos


Assuntos Correlatos / Para Saber Mais

 

 

 

 

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AVENTUREIRO panoramica P101033678 bVista panrâmica da Praia do Aventureiro, Ilha Grande, Angra dos Reis © Roberto M.F. Mourão, 2006

 

Ordenamento do Turismo na Vila e Praia do Aventureiro

ilha grande aventureiro mapa detalhe 

Praia e Vila do Aventureiro

AVENTUREIRO nov2009 BarcosPescadores P1010384 bA Praia de Aventureiro é um local isolado e de grande beleza ao sul da Ilha Grande com deslumbrantes paisagens.

Resiste a décadas sem alterar suas características. A modesta vila de pescadores guarda muito da cultura local, atualmente com mais de 100 moradores.

Seu nome faz sentido porque nem sempre é fácil chegar à Praia do Aventureiro. Quando o mar está de ressaca não é aconselhável navegar, fazendo a travessia das perigosas pontas do Drago e Meros. Nessas circunstâncias o único jeito para se chegar em Aventureiro é caminhando a partir da Vila de Provetá.

A praia do Aventureiro tem cerca de 500 m de areia fina e branca, fundo raso e consistente, água límpida e mar em geral agitado, exceto na extremidade esquerda de quem chega pelo mar, onde existe um pequeno cais para atracação.

No lado esquerdo de quem olha do mar, está o coqueiro mais famoso da Ilha Grande, o “coqueiro deitado” é cartão postal da praia de Aventureiro e da Ilha Grande, no local também existe uma pequena piscina natural.

AVENTUREIRO nov2009 CampingLuis P1010454 bAventureiro é muito procurada por surfistas que chegam em grupos e hospedam-se em campings “caiçaras” autorizados pela Prefeitura de Angra dos Reis.

Existe dois mirantes em Aventureiro, o da Espia, ao lado esquerdo de quem chega no cais, onde há uma escada de corda que conduz ao topo da predra mais alta da ponta do Aventureiro. O outro é o mirante da Sundara acessado por uma trilha em subida, que parte também próximo do cais, são cerca de 20 minutos de subida mas o visual vale a pena, abrangendo grande parte da costa sudoeste da Ilha Grande.

A Vila do Aventureiro passa atualmente (2010) por transformações relativos à seus uso pela comunidade por se tratar de uma unidade de conservação – parque estadual, marinho, que é uma unidade de conservação que tem por objetivo resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção da flora e fauna e das belezas naturais, com a utilização para objetivos educacionais, recreacionais e científicos.

Com respeito ao aspecto de uso turístico, como detalharemos neste documento, o poder público e a comunidade assinaram um Termo de Ajuste de Conduta quanto ao número máximo de visitantes permitidos nos campings.

O que se pode notar na visita, em conversas com algumas pessoas da comunidade, nativos ou não, é que o ordenamento está funcionando, aprovado pela maioria da comunidade e pelos gestores da área.

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Igual opinião tem os gestores do Instituto Estadual de Ambiente RJ (INEA) que fazem a fiscalização das áreas protegidas, conforme nos informou o Sr. Rodrigo Castro, (tel. 24 3361.5540), servidor da instituição.

O local somente precisa de atenção especial em feriados prolongados para impedir que visitantes ultrapassem a fronteira da reserva biológica.

Capacidade de Carga do Aventureiro / Campings

Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)

Em dezembro de 2006, visando ordenar o uso e estabelecer bases para a sustentabilidade ambiental, socioeconômica e turística no Parque Estadual Marinho do Aventureiro, conhecido como Praia do Aventureiro, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre:

  • Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
  • Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro
  • Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (atualmente, Instituto Estadual de Ambiente)
  • Prefeitura de Angra dos Reis, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e da Fundação de Turismo de Angra dos Reis (TurisAngra)
  • Comunidade, através de sua Associação de Moradores.

O ato teve a participação da Capitania dos Portos e do Batalhão da Polícia Militar Florestal.

O Termo assinado, uma procedimento-piloto, visa:

  1. Implementar a capacidade de carga turística para a Praia do Aventureiro
  2. Estabelecer o limite de 560 visitantes por dia
  3. Permitir a operação de no máximo 18 campings.

Cada camping tem seu limite de capacidade pelo numero de banheiros: deve possuir 1 banheiro para cada 15 hóspedes.

aventureiro pulseira passeNos feriados prolongados, será concedido um ‘passe’ aos visitantes têm de pagar uma taxa de permanência no valor de R$ 5, recebida pela Associação de Moradores, responsável pelo controle da visitação.

No documento (passe) deve constar a identificação do visitante, sua origem, período de permanência, camping onde hospedará e a embarcação que o transportará. Para controle, os visitantes devem se cadastrar e portar uma ‘pulseira de permanência’.

Em Angra, no Centro de Informações da TurisAngra, localizado na Avenida Ayrton Senna 580, na Praia do Anil. Quem vem de outras praias ou pelas trilhas, o cadastro pode ser feito, na chegada, pela Associação de Moradores do Aventureiro.

Outra alternativa de cadastro disponível é para os passageiros das duas embarcações autorizadas pela Prefeitura de Angra: Maraka e Capitão Fausto.

A participação da comunidade é fundamental para implantação de um limite de carga de carga turística que garanta a sobrevivência do ilhéu através de um turismo responsável e sustentável.

A cobrança da taxa de permanência gerou conflito porém, pesquisa de campo revelou que 63% dos entrevistados da comunidade local querem o controle para evitar a degradação causada pela superlotação.

Nas demais praias da Ilha Grande, por enquanto, a Prefeitura de Angra dos Reis continuará atuando com o Projeto Angra Legal, coibindo camping, comércio e construções ilegais, entre outras ações sócio-ambientais, sem cobrança de taxas.

Porém, como acontece no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, cogita-se estabelecer um limite de capacidade para a Ilha Grande, preliminarmente estimado em um máximo de 20 mil pessoas, em todas suas as praias, assim como cobrança de uma taxa de preservação ambiental.

O Termo também estipula que a comunidade deverá respeitar os limites da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, orientar visitantes sobre restrições ambientais e submeter à aprovação prévia às autoridades sobre atividades comerciais relacionadas ao turismo.

Considerações sobre Capacidade de Carga Turística

cc zoo load of animalsDe uma forma simples, Capacidade de Carga Turística deve ser entendida como o nível de uso que uma determinada área pode suportar num determinado tempo sem que:

  • Ocorram danos excessivos ou irreversíveis aos recursos culturais, ambientais e cênicos locais ou regionais
  • Sem prejuízo da qualidade da experiência objeto da visitação, ou seja, na experiência do visitante.


O fato de que na determinação da capacidade de carga intervenham fatores relacionados com interesses e decisões humanas, faz com que o conceito e os procedimentos para defini-la sejam controvertidos.

A evolução do conceito e a diversidade de métodos é consequência de uma dinâmica que sempre provocará aperfeiçoamentos nas técnicas e conceitos de uso de capacidade de carga como estratégia de manejo.

Apesar dos avanços e da diversidade de métodos, no momento de determinar limites nota-se uma carência de procedimentos que, além de confiáveis, sejam práticos, aplicáveis e coerentes com a realidade local.

O processo implica em realizar revisões periódicas, sequenciais, e permanente de planificação e ajuste do manejo da visitação. Esta dificuldade fica mais evidente em países em desenvolvimento onde há insuficiência de pessoal, recursos, informações, sistemas e tecnologia. Tal fato implica em estabelecer métodos de fácil aplicação, que reconheçam essas carências.

A determinação da capacidade de carga não deve ser tomada como um fim e nem como solução para os problemas advindos da visitação. A capacidade de carga deve ser considerada como ferramenta de planejamento que possibilita decisões de manejo.

Sendo a definição e aplicação da capacidade de carga sujeitas a decisões humanas, elas estão sujeitas a julgamentos e pressões econômicas, sociais e políticas, que desvirtuam a utilidade e uso desta ferramenta.

CCT limitantes criticas trilha acesso a praiaComo a capacidade de carga de um local (trilha, mirante, etc.) depende de suas características particulares, em áreas com mais de um local de visitação, a capacidade de carga deve ser determinada para cada local sujeito a uso público em separado.

No entanto, a (simples) somatória das capacidades de carga dos locais de uso público não pode ser tomada como a capacidade para toda a área protegida.

Em determinadas situações, a existência de "limitantes críticas" será determinante na capacidade de carga de uma área. Isto significa que um sistema de trilhas ou espaços interligados, com acesso restrito ou limitado por capacidade de carga definida como de baixo fluxo, pode determinar a limitação de acesso a áreas com capacidade de carga menos restritivas.

A unidade de medida de capacidade de carga é "visitas/tempo/área" e não "visitantes/tempo/área". Apesar de ser mais fácil "medir" pessoas, esse procedimento é incorreto. Uma mesma pessoa visitando repetidamente, num determinado tempo, uma mesma área, ocasionará efeitos repetitivos e cumulativos.Apesar de parecer uma questão semântica, ao se referir à visitação em áreas protegidas, deve-se referir a "visitantes" e não "turistas", pois esta distinção permitirá a gestores permitir unicamente atividades que não conflitem com os objetivos da área.

Por sua vez, cabe aos visitantes aceitar, desde o início da visitação, que estarão sujeitos as orientações e regras que se aplicam a todos, sobretudo no que se refere a serviços e facilidades turísticas.

É importante considerar que de nada adianta definir capacidade de carga se não for possível monitorar e manejar a visitação.

AVENTUREIRO nov2009 BarcosVeranistas P1010497 bBarcos de turistas em visita à Praia do Aventureiro © Roberto M.F. Mourão, 2006 

 

 

Análise de Impactos de Cruzeiros Marítimos


Assuntos Correlatos / Para Saber Mais

 

Ciclo de Vida de Destinos Turísticos


Desenvolvimento de Destinos Turísticos

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O Conceito de Ciclo de Vida por Richard Butler (1980)

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De acordo com o conceito de ciclo de vida do destino turístico enunciado por Richard Butler, todo destino turístico atravessa um ciclo de vida, em estágios. Cada estágio pode ser associado com um impacto específico, econômico, ecológico e sociocultural.

O ciclo de vida turístico é, se não devidamente monitorado e ajustado, composto por:

  • Exploração (visitantes pioneiros)
  • Envolvimento (da comunidade)
  • Descobrimento (pelo público e Trade turístico)
  • Desenvolvimento (do destino turístico)
  • Consolidação (da atividade turística)
  • Estagnação (se não houver monitoramento e ajustes)
  • Declínio (agravamento, se não houver monitoramento e ajustes)

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Paradoxo do Turismo: Popularidade x Sustentabilidade

A popularidade do turismo pode fomentar a conservação do patrimônio natural e cultural através da restauração e preservação de destinos turísticos, MAS a popularidade pode resultar em níveis inaceitáveis de uso e danos consequentes a características ecológicas e culturais vulneráveis.

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Relevância do Ciclo de Vida

No Ciclo de Vida sugere-se que mudanças significativas ocorrem quando a Capacidade de Carga Turística de um Destino Turística é excedida, resultando em um declínio na qualidade ambiental (no sentido mais amplo do termo) e subsequente perda de recurso e comercialização do Destino.

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Capacidade de Carga Turística, por Miguel Cifuentes

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Estágio de Desenvolvimento Turístico da Ilha Grande

Pelos indicadores disponíveis, a Ilha Grande deve ainda se encontrar num estágio inicial de desenvolvimento, que pode ser considerado como ‘pré-maturidade’ turística, por causa de fatores como:

  • seu relativo isolamento do continente
  • sua distância de São Paulo, maior emissor turístico brasileiro
  • a existência de presídio de segurança máxima até abril de 1994
  • os transportes internos na Ilha serem somente a pé, bicicleta ou de barco, havendo apenas carros oficiais circulando
  • fraca atuação conjunta de promoção do destino turístico por parte dos empresários, caracteristicamente isolados
  • insuficientes ações das associações de classe ligadas ao turismo, não havendo sinergia entre suas ações
  • frequentes conflitos entre nativos x empresários migrantes
  • frequentes conflitos entre comunidade x gestores municipais e/ou estaduais das unidades de conservação.

 

 

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Ilha Grande - Contexto Geográfico


Relevo

ilha grande pico do papagaio 2008A Ilha Grande, com 193 km², é a maior das ilhas da Baía da Ilha Grande, litoral sul fluminense de Angra dos Reis.

Apresenta relevo acidentado e montanhoso, cujas maiores elevações são o Pico da Pedra D'Água (1.031m) e o Pico do Papagaio (982m), este último famoso pela sua forma pitoresca.

Também apresenta planícies, terraços fluviais, e fluviomarinhos. Seu contorno, com cerca de 130 km, é recortado por inúmeras penínsulas, 7 enseadas (sacos) e 106 praias.

A vegetação é exuberante, formada por mata atlântica, mangue e restinga.


Clima

Por ser uma ilha oceânica, tem acentuada influência marinha no clima local, que é tropical, quente e úmido, sem secas.

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População

Os nativos que viveram no início da colonização, no século XVII, tiveram num aspecto mais amplo, influências indígena, africana, portuguesa, espanhola, inglesa, holandesa e francesa.

Vilas e povoados se espalham pelas praias de seu entorno, somando 21 comunidades, das quais se destacam: a vila do Abraão, Provetá, Praia Grande de Araçatiba, Aventureiro, Bananal e Praia da Longa.

Sua população se caracteriza por uma extrema segmentação social: são 5 associações, 3 entidades ambientalistas e 8 grupos religiosos, a maioria destes não se compatibilizam entre si e possuem segmentos diferentes. Ao todo, vivem na ilha cerca de 7.500 pessoas, entre pescadores nativos e ‘estrangeiros’, que aí fincaram raízes.

A Vila do Abraão, a maior da ilha e seu “portão de entrada”, tem cerca de 2.000 habitantes, e concentra a mais importante infraestrutura turística.


Unidades de Conservação

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A biodiversidade da Ilha Grande é protegida por 4 Unidades de Conservação:

  • Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA Tamoios, 1982)
  • Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG, 1971)
  • Reserva Biológica da Praia de Sul (RBPS, 1981)
  • Parque Estadual Marinho do Aventureiro (PEMA, 1990).

 
O órgão responsável pela gestão das unidades é o Instituto Estadual de Ambiente INEA, criado em 2009, que incorporou os órgão gestores anteriores: a Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente e o Instituto Estadual de Florestas.

 

 

 

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Ciclos Econômicos da Ilha Grande e Região

debret escravos carregando cafe
A região da Baía de Ilha Grande, desde a chegada dos portugueses, passou por vários ciclos econômicos, o ciclo da cana de açúcar, o ciclo do café, produção de laranja e banana e criação extensiva de gado.

Entre os séculos XVIII e XIX, a Ilha Grande também se tornou centro de desembarque e tráfico de escravos negros trazidos da África.

No final dos anos 60, o governo brasileiro passou a conceder subsídios à pesca empresarial em detrimento da pesca artesanal, face ao conhecimento de haver grandes estoques pesqueiros no sudeste do país, tais como a sardinha, a pescada, o camarão. A existência de numerosos cardumes, associada à facilidade de captura, levaram ao surgimento de uma pesca empresarial capitalista.

escravos cana de caucar leite debretA Baía de Ilha Grande, apesar de próxima a grandes centros urbanos, como Rio e São Paulo, devido ao difícil acesso, foi menos impactada do que outras localidades até a década de 1970.

O fato de a Serra do Mar ser muito íngreme, coberta por densa floresta e com altos índices pluviométricos dificultava a construção e manutenção de estradas. Em conseqüência, uma boa parte da Mata Atlântica não chegou a ser desmatada, a maioria das praias continuou em seu estado natural e as pequenas cidades, vilas e povoados conservaram sua arquitetura e cultura tradicional.

No início da década de 1970, a Embratur elaborou um projeto de aproveitamento turístico do litoral Rio-Santos (Projeto Turis), no qual se incluía a construção da rodovia Rio-Santos.

ilha grande abraao escunasA região foi definida como “Zona de Prioritário Interesse Turístico”. Como conseqüência da política adotada naquela época, foram incentivadas construções, no continente, de hotéis de luxo, condomínios e o loteamento de grande áreas. Deu-se o inicio ao ciclo de investimentos concentrados nas atividades de lazer e turismo na Costa Verde.

Por certo tempo, apesar da entrada de capital na região e da construção da rodovia, a Ilha Grande continuou afastada do processo de expansão do turismo e da especulação imobiliária devido a existência do Instituto Penal Cândido Mendes.

Embora o número de incidentes de natureza policial fossem pequenos e a evasão de presos fossem casos raros e controláveis, a existência deste causava um certo clima de insegurança nos possíveis turistas e reduziu a frequência dos mesmos na ilha até meados de 1994, quando então este foi desativado, sendo o que restava de suas instalações implodido.

 

 

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